Occultus Ars Tenebrae

O Occultus Ars Tenebrae foi fundado em 08/12/2016 E.V. com o intuito de disseminar as Artes Sinistras musicais, literárias e filosóficas.






Entrevista com Disarmoneous - IMPETUS MALIGNUM



Após uma troca de ideias com o guerreiro Disarmoneous da Impetus Malignum, surgiu esta entrevista que segue abaixo. Confiram !!





Saudações guerreiro! É um prazer ter a sua participação no Occultus Ars Tenebrae Webzine, já que acompanhamos grande parte da história da Impetus Malignum, inclusive tendo feito alguns shows juntos pela região.

OAT: Conte-nos um pouco de como foi o ano de 2016 para a Impetus Malignum.

Posso dizer que foi um ano de mudanças para a Impetus Malignum, tivemos a saída do baixista Defterus após o lançamento do EP Cold funeral, tivemos que substituí-lo e já tínhamos boa parte das composições do novo álbum prontas, por isso seria preciso repassar ao novo baixista não só o material antigo como também as novas músicas para conseguir voltar a fazer shows. No âmbito profissional eu fiquei sem trabalho e estava em reformas na minha casa para estruturar meu estúdio de tattoo e isso consumiu muito mais tempo e dinheiro do que eu gostaria.

OAT: Por qual razão a banda se tornou um projeto solo?

Isso era algo que já passava pela minha cabeça há um tempo: como faço a gravação do material da Impetus, aprendi a compor as linhas de todos os instrumentos. O fato de haver demais integrantes era exclusivamente para fazer shows, e como o metal nunca me deu algum retorno financeiro, faço outras atividades além de tocar, assim como os outros ex-membros da banda. Sem dúvida estou focado muito mais como tatuador desenhista e ilustrador nesses últimos tempos, pois é algo tão gratificante quanto um show e oferece algum retorno financeiro. Isso somado ao fato que para fazer shows éramos um trio e a meu ver, isso limitava as composições, pois eu compunha de forma a soar bem ao vivo, mas sentia a necessidade de uma guitarra extra para a música soar exatamente como eu gostaria, e como não era de consenso a ideia de ter mais alguém na formação, eu decidi que era hora de tentar começar uma nova jornada. Foi uma decisão aceita sem maiores problemas pelos outros membros, uma vez que também estavam focados em seus projetos e problemas pessoais, então acredito que foi uma decisão benéfica.

OAT: Quais são os seus planos agora com a mudança que a banda teve?

Possuo bastante material físico dos nossos primeiros trabalhos, tanto o split com a Thorny Woods no qual lançamos oficialmente o primeiro trabalho When Darkness Devours The Light como o Storms Of Fire e tenho composições suficientes para gravar mais uns dois álbuns se for aproveitar tudo o que componho. Divulgação nunca foi uma parte na qual eu tivesse muita habilidade, por isso considero que mesmo os dois primeiros trabalhos tendo recebido boa aceitação por parte do público em shows e boas críticas, não vendemos muitas cópias. A ideia é futuramente sanar esse problema aprendendo a trabalhar melhor com as mídias sociais atuais, talvez focando numa tiragem física bem pequena e liberando para download na internet. Tudo depende das propostas que surgirem, mas eu nunca fico parado então possivelmente até o fim do ano tenha algum som novo gravado e sendo divulgado.

OAT: Você pretende voltar a fazer shows futuramente?


Não diria nunca, mas é pouco provável. Não é algo que considere que vá fazer tanta falta pra mim, ao menos essa é a sensação que eu tenho no momento.

OAT: O que você tem ouvido ultimamente? Irá entrar como inspiração para as suas futuras composições?

Eu escuto muita coisa: do clássico ao extremo. Ultimamente eu tenho ouvido muitas trilhas sonoras de filmes e jogos, ajudam na minha concentração enquanto estou tatuando ou desenhando, mas não é algo que eu tenha alguma intenção de agregar a Impetus Malignum. Porém, principalmente agora que eu sou o único na banda, não preciso seguir regras de como a sonoridade deve ser ou não, apenas deixar fluir como sempre. Seja com uma pegada brutal ou mais cadenciada, o fato é que quando alguém escutar o som deve sentir que é Impetus Malignum.

OAT: O que você acha da cena underground do metal extremo aqui no sul?

Faz um tempo que tenho ido a shows somente quando a Impetus toca, pois trabalho num call center a noite e geralmente eu separo minhas trocas de horário exatamente pra quando preciso fazer um show, já que trocar horário nem sempre é tão fácil, além do fato que quem me conhece sabe que eu detesto sair. Então posso dizer que minha visão da cena que tenho é mais no que se refere ao profissionalismo e resposta do público tanto para com a Impetus como para outras bandas que já tocaram com gente. Dizer que falta união é simples e óbvio, mas, a meu ver, o que falta é organização e disciplina tanto de alguns organizadores como por parte do próprio público, pois organizadores de má índole só vão respeitar as bandas o momento que elas não estiverem dispostas a tocar num show onde quem se diz organizador não te dá nem água ou promete um equipamento e na hora apresenta outro. E o público só vai aprender a chegar no horário quando os shows foram pontuais e também tirar de ideia que tem que ser somente show na madrugada pra depois acabar no meio da noite e ter que ficar ilhado no meio do nada com instrumentos correndo risco de ser assaltado por exemplo. Essas coisas foram também relevantes na ideia de tornar a Impetus um projeto, pois não é preciso passar por nenhum destes problemas. Felizmente isso não é uma regra tem muita gente boa lutando e muita banda metendo as caras em organizar seus próprios festivais!

OAT: Você tem alguma dica para quem está começando agora?

Faça o que gosta e não siga regras impostas por nenhum ditador do metal.
                                                                                                                                 
OAT: Com a mudança que a banda teve de se tornar um projeto solo você mesmo que irá criar as futuras artes de capa ou alguém irá criá-las?

Já faz um tempo que crio as artes de capa da Impetus. Tanto a arte do Storms Of Fire como do EP Cold Funeral usei arte digital, porém hoje em dia pretendo fazer alterações na proposta visual, possivelmente alterar o logo e utilizar alguma ilustração feita por mim para arte da banda.

OAT: Qual show que a banda fez que você considerou o melhor da carreira?

Quando tocamos em Santa Maria na abertura da banda Otargos, sem dúvida foi memorável, tanto em estrutura do lugar e aparelhagem como a receptividade do público.

OAT: Houve alguma banda que fez você ter vontade de criar este projeto?

Quando eu conheci Satyricon eu já tocava Death Metal e isso foi lá por 1999. Na época ouvia mais Grind e Splatter, mas ao ver o vídeo de Mother North eu achei o tipo de sonoridade e visual que eu queria. Quando criei a Impetus das cinzas da Vultus Devast essa era a proposta que tinha em mente, hoje não é uma influência tão grande, mas sem dúvida é um modelo de proposta sonora e visual daquela época que sempre me agradou, assim como Marduk, Dissection e outros clássicos do estilo.

OAT: Quais são suas inspirações para criar suas letras e melodias?

O conceito de bem e mal é algo conflitante de certa forma em todas as pessoas e a busca de encontrar a paz é algo que todas desejam, mesmo que para encontrar essa paz seja preciso aprender a lidar com o caos. A ideia é sempre fazer as pessoas buscarem respostas em si mesmas e não em dogmas; não existe bem ou mal apenas um prisma de opções para cada escolha essa é a temática que abordo de certa forma nas letras. Não sigo uma regra para compor, mas acho que minhas melodias hoje em dia seguem uma escola mais na linha de bandas como Marduk, Immortal, Behemoth, Dark Funeral…

OAT: O que você tem pra dizer pra pessoas que vão ao evento Necromantical Scream que acontecerá no dia 04/02 na Embaixada do rock em São Leopoldo, que ficaram surpresas com a notícia que a banda deu dias depois da banda ter sido escalada para o evento?

Em primeiro lugar peço desculpas a quem esperava ver a Impetus. Infelizmente por falta de tempo hábil para ensaiarmos, cancelei o show. Estava difícil conciliar os horários para ensaiarmos, logo, se era para fazer um show que não estivesse 100% preferi não fazer, pois o nosso público não merece menos do que o melhor em cada apresentação, e isso também contribuiu para concretizar a minha ideia que era hora de tomar novos rumos.

OAT: Nos últimos dias todos que vão aos shows de metal extremo que ocorrem na Embaixada do rock presenciaram algo completamente bizarro na cena, uma mulher que aparenta ter 30 anos apoiando um político cristão em meio à cena, qual a sua opinião sobre isso?

Faço minhas as palavras do físico Albert Einstein para responder:
"Somente duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto à primeira".

OAT: O que você acha das novas bandas da cena?

Faz um bom tempo que não vou a shows, por isso, não conheço as bandas novas da cena, e também não considero que o fato de uma banda ser nova ou antiga faça alguma diferença, pois para mim existe apenas música que me agrada ou não, mas indiferentemente disso o importante é que a cena se renove e que o underground siga na resistência.

OAT: O que você faz quando não está trabalhando na Impetus Malignum?

Trabalho em um call center, faço ilustrações para tattoo, capas para CD, estampas, ajudo um amigo que tem uma gráfica fazendo uns extras como designer gráfico, e quando não estou fazendo nada disso eu divido o tempo pra passar com minha esposa e amigos.

OAT: Agradecemos a disponibilidade, é uma honra que tenham nos concedido esta entrevista. Deixamos o espaço final para considerações finais para seus fãs e leitores.

Agradeço a oportunidade de poder expor minha visão sobre os assuntos abordados e agradeço a cada pessoa que dedicar o seu tempo a ler essa entrevista, pois isso significa dedicar seu tempo a saber mais sobre o trabalho que faço. Esse foi só um capítulo na história da Impetus Malignum e muitos outros estão por vir. Será um privilégio poder ter a atenção e o respeito de quem conhece e aprecia o trabalho da Impetus Malignum.







Sigam as páginas da IMPETUS MALIGNUM e da ILLUMINATI TATUAGENS ARTISTICAS