Occultus Ars Tenebrae

O Occultus Ars Tenebrae foi fundado em 08/12/2016 E.V. com o intuito de disseminar as Artes Sinistras musicais, literárias e filosóficas.






Crucifixion BR - Entrevista com Lord Grave War & DarkMoon



Trocamos uma ideia com o Lord Grave War e com a DarkMoon da Crucifixion BR que nos concederam a entrevista que segue. Confiram!!


Saudações guerreiros! É um prazer ter a participação de vocês no Occultus Ars Tenebrae Webzine.

Gostaria de saber como foi o ano de 2016 em um contexto geral para a Crucifixion BR e quais as expectativas para 2017.

Lord Grave War: 2016  foi um ano muito interessante e produtivo para a Crucifixion, eu me mudei  pra outra cidade no final do ano, conseguimos bastantes shows, tocamos no underground de São Paulo. Porto Alegre estava parada em relação aos shows, abrimos o show de retorno da banda Atômica no Mineiro Rock Bar, aonde só está o André da formação original, foi um show muito bom, sou muito fã deles, vi eles tocarem em Porto Alegre com sua formação original, um tempo depois encontrei o André da Atômica no show do Claustrofobia onde também abrimos o show deles do álbum Download Hatred. 2016 foi um ano muito bom, fizemos uma turnê na Europa é uma coisa que não está na pergunta mas eu quis falar foi no final 2015.

DarkMoon: O ano de 2016 foi demais em termos de shows e divulgação aqui no estado de SP, principalmente por ser o ano em que o Márcio se mudou de vez pra SP, então com isso pudemos fazer mais shows, e além disso começamos a focar o trabalho nas músicas novas, que estarão no próximo álbum. E atraímos a atenção de uma gravadora com uma proposta interessante, então pra mim foi um ótimo ano. E 2017 deve ser melhor ainda, com trabalho duro nessas novas músicas, e especialmente pra mim esse lance de superação, de evoluir na bateria e ficar cada vez mais brutal.


Vocês tiveram a ideia para o nome da banda de uma música da banda Sepultura. O que o nome Crucifixion significa para vocês? Porque este nome?

Lord Grave War: Sim o nome da banda é de uma música do Sepultura intitulada como Crucifixion, eu tive a ideia de fazer a banda com  o nome de Hellish Prediction eu ia ser apenas o vocalista banda, mas ao mesmo tempo eu pensei que o nome era meio que muito extremo, pelo que eu lembro eu tinha entre 17 a 19 anos, eu pensava que no  futuro eu iria me arrepender com o nome. E eu tinha todos os discos do sepultura em vídeos cassetes e LP’s,  eu me interessei pelo nome Crucifixion ouvindo os LP’s Morbid Division e Bestial Devastation aí parou na música Crucifixion e eu vi o nome, nossa crucificação, e o meio da música me chamou atenção pela frase “morti em mortus maleficalius cristus”, no início com nossos shows e gravação do EP, começou a ter uma pessoas querendo nos processar por causa do nome,  as bandas que queriam nos processar eram inativas dos Estados Unidos, conversei com a galera de Rio Grande para a mudança do nome, e eles me falaram pra não mudar e então eu adicionei apenas o BR após o nome crucifixion, acho que é um nome que podemos carregar até o último suspiro, crucificação, justiça, sepultura Old School.



Como foi para vocês abrirem o show das bandas Gama Bomb e Dark Funeral no bar Opinião em 2011?

Lord Grave War: Foi uma grande  surpresa para nós, não teve jabá nenhum, a nossa baterista tinha a facilidade de usar a  internet, conversou com os membros do Dark Funeral, e nós estávamos com a gravação do ep, mandamos o material por e-mail , e eles aceitaram que a gente abrisse o show deles, eu não me lembro o nome da produtora, o camarim estava muito insano, muito louco e os caras do Gama Bomb e do Dark Funeral são muito divertidos, muito gente finas e eu sou muito fã da fase antiga de Dark Funeral então foi uma noite muito foda, tocamos no radar para divulgar nosso trabalho, foi uma honra para nós.

DarkMoon: Eu diria que foi uma noite perfeita. Pessoal do Gama Bomb e Dark Funeral foram bem amigáveis conosco, inclusive pude dividir a bateria com o batera do Gama Bomb. O Lord Ahriman é um cara muito foda, ainda nos deu de presente bottons da banda. Foi bem legal conversar depois do show no camarim com o Gama Bomb, e depois com o pessoal do DF. O som estava nota 10, pena que um cara que contratamos para filmar, simplesmente sumiu com as filmagens, pois teríamos usado este material para um clipe ou DVD.


Quais são as principais inspirações da banda para criar as suas melodias e letras?

Lord Grave War: Em relação a melodia tivemos sempre influências de Venom, Darkthrone, Mercyful Fate, Samael, thrash metal antigo, Kreator, Sepultura da fase death, death/thrash bem old school  entre outras bandas, as nossas letras no começo era uma espécie de protesto contra o cristianismo, contra tudo que eles dizem que é errado e pecado e seus fanatismos, a banda continua evoluindo, estamos nos influenciando muito mais em sons de death metal, como a fase antiga do Behemoth, Hate, o Black metal verdadeiro e inteligente sempre estará com a crucifixion.


Como vocês se sentem sendo uma banda que começou no underground e passou a ser bem reconhecida pelo mundo todo?

Lord Grave War: Acho que o underground continua com a Crucifixion, acho que foi por isso que houve o respeito da galera do exterior, onde a galera pensa que no Brasil tem uma piada, que pensam que estamos ligados a macumba e batuque, onde a crucifixion chegou foi com dedicação e foco. Não é fácil estar em uma banda, a bateria e o vocal foi o começo da banda, no inicio nos fomos a Porto Alegre aonde tudo começou. É passo a passo e ter história, e sobre ir pro exterior é ter postura e presença de palco eu acho isso essencial. Fizemos o disco sem termos nenhum dinheiro e nos dedicamos e fomos bem elogiados pelos críticos, isso nos ajudou bastante a tocarmos em São Paulo, e após isso na Europa. Sempre pensamos em fazer um ótimo trabalho para a galera que vai ver o nosso show.  

DarkMoon: Ah, isso é demais, mas tenho consciência de que é só o comecinho, ainda há muito a se trabalhar, acredito que com este próximo álbum a banda poderá atingir um novo nível. Estamos trabalhando em músicas mais complexas, e mesclando mais com o Death Metal, creio que será bem audível nossa evolução.Ah, isso é demais, mas tenho consciência de que é só o comecinho, ainda há muito a se trabalhar, acredito que com este próximo álbum a banda poderá atingir um novo nível. Estamos trabalhando em músicas mais complexas, e mesclando mais com o Death Metal, creio que será bem audível nossa evolução.


Já que atualmente a banda encontra-se em São Paulo mas iniciou no Rio Grande do Sul, vocês podem nos dar uma visão geral da cena extrema do sul e do sudeste e quais são as semelhanças e diferenças entre elas?

Lord Grave War: Nos somos uma banda do interior do Rio Grande do sul, e como em Pelotas e Rio Grande estava meio parado o som, decidimos ir para Porto Alegre, e foi muito bom isso pra gente porque pegamos uma época boa, abrimos o show do Krisiun, conseguimos fazer shows em Santa Catarina, sair um pouco do estado, Foi bom o primeiro passo, mas nós queríamos mais e fomos em direção a São Paulo. Eu tinha ido visitar a cidade antes de me mudar, tocamos em vários festivais com muitas bandas, fomos bem recebidos pela galera de Guarulhos, e então eu me apaixonei por  São Paulo, o interior do Rio Grande do Sul eu gosto muito, mas a galera de São Paulo, interior é um público mais mente aberta e mais insano em relação onde tocamos em Porto Alegre, quero aproveitar e avisar que estaremos retornando ao Mineiro Rock Bar no dia 28 de janeiro.

DarkMoon: É, a cena é diferente, digamos que há  oportunidades mais amplas por aqui em SP, e o RS já tem uma cena mais fechada.


A banda tem planos de vir tocar no Rio Grande do Sul no próximo ano? Quais as turnês que planejam para 2017?

Lord Grave War:  A última vez que tocamos no Rio Grande do Sul foi no Mutantes, foi um ótimo show, eu gostaria muito de voltar ao Rio Grande do sul, mas estamos trabalhando músicas novas, mas se nos chamarem pra ir tocar nos vamos, somos gaúchos e queremos retornar ao sul, queremos ir a Porto Alegre entre outro lugares e voltar a Rio Grande onde começou a Crucifixion, queremos divulgar a Crucifixion por todos no mundo nosso trabalho

DarkMoon: Em 2017 por enquanto não temos muitos planos de turnê, pois estamos focando mais no álbum que queremos lançar ainda neste ano, mas se rolarem shows, principalmente no RS seria foda voltar aos pampas.


O último clipe da  banda foi da faixa “Eternal Judgement” lançado em 2014 pela Square Design Studio. Como foi para banda trabalhar com eles? E vocês tem planos de algum próximo clipe oficial?

Lord Grave War:  Sim o Eternal Judgement foi o clipe oficial, nós procuramos fazer um ótimo som com a ajuda de Mike  que nós deu um baita força, ele estava olhando um show da Crucifixion e ele se ofereceu pra fazer nosso clipe e falamos nossas ideias e ele meio que pirou na hora. Foi gravado no interior, em Butiá e Santa Rita, foi um trabalho muito foda, o apoio da galera de Butiá e Santa Rita foi ótimo, abraços Mike.

DarkMoon: Foi muito legal fazer esse clipe, uma ótima experiência. O Mike do Square Design Studio é um cara muito criativo, e soube captar o que queríamos. E vai rolar um novo clipe, talvez com a Square Design, antes de sair o novo álbum.


Como a baterista Juliana Novo se sentiu ao ser a primeira mulher a ser entrevistada pela revista Sick Drummer Magazine de bateristas extremos?

Lord Grave War:   Ela comentou comigo sobre isso, eu irei passar pra ela que responderá melhor mas para nós foi um orgulho e uma honra, é uma coisa que não acontece da noite pro dia, mas foi uma honra uma brasileira baterista destruindo, falando de uma forma bagual, é uma coisa muito foda.

DarkMoon: Foi muito gratificante ter sido  escolhida para ser entrevistada na edição de número 28 da revista. Na verdade eles sempre escolhem algum dos bateristas que participam de suas compilações, então como participamos de sua coletânea Brutal Beatings XII, com bandas de várias partes do mundo incluindo Aborted e Krisiun, eles acabaram me escolhendo, acredito q foi um pouco por ser a única mulher da compilação. E foi foda ser a primeira mulher a ser entrevistada por esta revista, eles entrevistam vários feras do metal extremo mundial.


A banda tem planos de um novo artefato a ser lançado no próximo ano?

Lord Grave War:  Estamos ensaiando músicas novas, já estamos com 4 músicas novas, estamos gravando, já  temos contatos de uma gravadora, que eu não irei citar nomes. A nossa ideia do disco é fazer 10 músicas, se estiver tudo certo temos o plano de lançar o novo álbum em 2017, com mais um cover do Motorhead que estará na versão importada do álbum. Nós estaremos também em um álbum de tributo ao Motorhead de uma gravadora da Inglaterra tocaremos a música Bomber onde faremos parte do disco.

DarkMoon: Sim, estamos negociando o lançamento do nosso novo álbum para o fim deste ano, tanto no Brasil quanto na Europa, por uma nova gravadora, que em breve será anunciada! Muitas coisas para rolar em breve.


Vocês tem alguma dica ou conselho para dar para quem está começando agora na cena extrema?

Lord Grave War:  Acho que pra mim, se a pessoa gosta ela deve acreditar, conheça pessoas com o mesmo interesse que feche pra tocar junto e que tenha respeito às diferenças e valorize o som, que  tenha tesão pela música. Ter uma banda não é fácil, banda é como uma família, e deve haver foco, amizade.

DarkMoon: Minha dica seria não desistir, mesmo com comentários negativos, preconceituosos, se é realmente o que tu quer, tens de seguir adiante e buscar se aperfeiçoar.


Podem nos contar um pouco sobre a turnê europeia que fizeram em 2015? Como foi a repercussão e como foram recebidos por lá?

Lord Grave War: A turnê Europeia foi muito foda, eu não consigo acreditar no que aconteceu, essa resposta tem um pouco haver com a pergunta anterior, deve haver foco pra ser uma coisa positiva, deve haver respeito ao público. A galera recebeu bem a crucifixion na Europa, foi totalmente surreal, começamos a nos preocupar mais em fazer um trabalho melhor pra galera, pegar a estrada não é fácil mas é um novo aprendizado para a vida. Após vários shows que fizemos estávamos cansados, íamos dormir, beber cerveja junto com o Mike, tivemos credenciais para cerveja liberada… mas eu decidi dormir descansar para o outro show na próxima noite. É um outro patamar tocar na Europa, nós também tocamos na Alemanha, Polônia, Irlanda, Holanda,  foi muito do caralho, uma experiência positiva, a estrutura é foda.

DarkMoon: Nossa primeira tour na europa foi muito legal, tanto pelo aspecto turístico quanto pelos shows. Em todos lugares por onde tocamos, o pessoal tinha uma receptividade e um respeito muito grande, a ponto de pedir bis em todas as noites. Eu me senti muito feliz por receber tantos elogios à minha performance, pessoal vinha pedir autógrafos no cd, tirava fotos, teve até uns convites de casamento hahaha. Enfim, é incrível o respeito do pessoal pelo metal brasileiro. Muitos fãs de krisiun também. Tivemos dias ótimos, com direito a estadia em hotel que parecia estarmos em Gramado, a dias com menos sorte, em que tivemos de dormir na rodoviária de Londres por exemplo, com os instrumentos em volta (eu e o Márcio). Enfim, como foi primeira tour, rateamos em algumas coisas, do tipo perder ônibus, mas no geral foi muito massa, além das paisagens de filme que encontramos pelo caminho. Definitivamente precisamos voltar, e desta vez estaremos bem mais preparados.


Agradecemos a disponibilidade, é uma honra que tenham nos concedido esta entrevista. Deixamos o espaço final para considerações finais para seus fãs e leitores.

Lord Grave War: Valeu mesmo, é uma honra estarmos juntos na obscura arte e a profanação inteligente. Eu não me acho melhor que ninguém, o recado é pra galera mesmo do metal, respeito e paixão pela música, juntos vocês somos mais fortes, agradecer a galera pelo apoio ao nosso trabalho agradecer a galera toda da Occultus Ars Tenebrae, continuem assim.

DarkMoon: Eu agradeço muito às pessoas que curtem nosso som, que demonstram seu apoio e que me respeitam como musicista, e que até possam se inspirar em mim, espero estar contribuindo em algo bom pra suas vidas. Abraços e nos vemos na estrada!